Ricardo Vaz Trindade

BENNY HALL

[ 2009 ] 

ricardo vaz trindade | paulo lima | joana gama

um espectáculo de ESTICALIMÓGAMA (RICARDO “ESTICA” VAZ TRINDADE, PAULO LIMA, JOANA GAMA) interpretação PAULO LIMA RICARDO VAZ TRINDADE piano JOANA GAMA apoio à dramaturgia HÉLDER WASTERLAIN produção RICARDO VAZ TRINDADE,  MARTA FÉLIX  fotografia FRANCISCA MOREIRA,  NUNO CARRILHO concepção e realização dos video-convites RICARDO VAZ TRINDADE

MANIFESTO ESTICALIMÓGAMA
Somos voyeuristas meta-críticos. Somos mezzo-actores d’antanho. 1789, é hoje! Robespierre? Um menino. Fournier, Fourier, Falanstério, Sandinista, Clash! Marquês de Sade, eu sou 93. Liga-me a partir das 10h. Maria Antonieta, rimas com quê? O projecto Benny Hall, de Esticalimógama, começou por ganhar, e bem, o certame Novos Actores 2009 do Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa. Foi um espectáculo de elevada comicidade com algum carácter jocoso (têm que concordar connosco, jocoso é imbatível) com o qual conquistámos os corações, não só da plateia, mas também do director artístico da supra-instituição ultra-citada que, num rasgo de inspiração, nos convidou para mais uma dose. O espectáculo presta tributo a um grande senhor do romance norte-americano ou só americano, como preferirem: Allan Konigsberg, mais conhecido por outro nome: a) Arnolde Schwarzenegger b) Woody Allen c) Brandon Lee d) Cardeal Saraiva Martins e) Monge Hua Chi Parecia assaz mormente improvável conseguir juntar duas pérolas da embriagante cultura cómica do século XX num palco de 25 m2. Mas conseguimos o impossível e até o difícil: Annie Hall e Benny Hill tornaram-se num só, numa geminação entre dois titãs: Benny Hall. Tudo o que nós fazemos são marcas profundas da Velha Europa: Joana no Piano; Liga dos Campeões; uma Pietázinha (à Botticelli); Heiner Müller; Peter Brook; quem diz Brook, diz Beckett; quem diz Beckett, diz Secção de Plásticos do Pingo Doce; Pinter. Tudo cozinhado numa Bimbi e com pouco sal, ideal para hipertensos. Insonso? Nada! (Adoçante à parte). De nós, foi dito, entre outras coisas mais sérias: “Abafem os Gato Fedorento. Vocês são muito melhores.” (Duas raparigas embriagadas na Bica, na esquina do Funicular, ainda não tinha passado o Botelho). Posto isto, porque contra factos não há argumentos, Resumindo & Concluindo, ou Em Çuma: – O nosso espectáculo não é para todos – O nosso espectáculo é para todos os que lêem o Ípsilon e o Jornal de Letras e citam Walter Benjamin pelo menos três vezes ao ano – Nem sequer falamos na crise – isto não é para rir. Prometemos, agrilhoados, 75 minutos de jovialidade. É isto. É a hora, é agora! A praia debaixo da calçada! Cada macaco no seu galho! O fim? É à Dr. Mourinho. Estamos aqui é para ganhar!

Aos vinte e tal de Março de 2012,
Ao Solar do Marquês de Saldanha, vulgo Saldanhete, Lisboa,
Esticalimógama