Ricardo Vaz Trindade

ÓNUS

[ 2021 ] disponível para digressão

ricardo vaz trindade | costanza givone | filipe raposo | fernando giestas | nuno camarneiro

*espetáculo para o 3º ciclo e ensino secundário

direção artística e encenação RICARDO VAZ TRINDADE cocriação COSTANZA GIVONE, DANIELA CECÍLIA MARQUES, FERNANDO GIESTAS, NUNO CAMARNEIRO e RICARDO VAZ TRINDADE interpretação COSTANZA GIVONE e RICARDO VAZ TRINDADE texto FERNANDO GIESTAS e NUNO CAMARNEIRO, com colaboração de COSTANZA GIVONE e RICARDO VAZ TRINDADE
espaço cénico RICARDO VAZ TRINDADE música “Hill Street Blues” de Mike Post. Variações de “Hill Street Blues” de FILIPE RAPOSO desenho de luz CRISTÓVÃO CUNHA fotografia e vídeo AMÂNDIO COSTA BASTOS assistência de encenação e oficinas pedagógicas DANIELA CECÍLIA MARQUES consultoria MARTA BERNARDES coprodução TEATRO MUNICIPAL BALTAZAR DIAS residência de coprodução LARGO RESIDÊNCIAS, O ESPAÇO DO TEMPO apoio à residência CAMPO/FOGO LENTO, CASAS DO VISCONDE financiamento DGARTES/REPÚBLICA PORTUGUESA

Com Ónus quisemos, numa peça de teatro, dedicar um tempo exclusivo à Justiça. Procurámos saber como se faz, como se sofre e como se muda; assistimos a julgamentos, lemos, ouvimos e inventámos parábolas sobre a justiça, algumas das quais nos acompanham desde os tempos bíblicos, revisitámos a Balada de Hill Street, entrevistámos agentes da PSP e do SEF, magistrados, jornalistas, ex-reclusos, filósofos, sociólogos e juízes; escrevemos e improvisámos cenas.

Neste espectáculo seguimos a história de um casal de reclusos que se conhece através de correspondência postal. Este homem e esta mulher transgridem o espaço da cela com a única ferramenta que não lhes tiraram – a imaginação – e transportam-nos numa viagem pela Justiça ao som da Balada de Hill Street, tentando reinventar com palavras o mundo imperfeito que os levou à prisão.

“Conta-se que os governantes daquela cidade desejavam retirar a prisão do centro, onde ficava a praça, a igreja e o comércio, e onde as famílias se passeavam em ócio e jogo social. O grande edifício ensombrava a vida dos moradores e os edis mais visionários imaginavam já as possibilidades, os novos jardins amplos, as casas maiores, as lojas modernas.
Quando o conselho se reuniu para decidir a localização da nova prisão, o povo, chamado a emitir opinião, foi perenptório: a prisão não deveria sair dali. Era certo que não gostavam dela; porém não queriam esquecer que a comunidade onde escolheram viver era uma comunidade que prendia pessoas. Como a praça, a igreja e o comércio, a prisão deveria conviver diariamente com as suas ocupações e os seus lazeres.”